sábado, 8 de novembro de 2008

MOTO CLUBE DO PORTO COM 14 BATEDORES NA MARATONA

Continuando na saga de divulgar à comunidade xadrezistíca, as actividades do Moto Clube do Porto, passo a crónica da última Maratona em que participaram 14 batedores do Moto Clube do Porto.
Este tipo de colaboração, é bastante regular, e revela a óptima inserção do nosso clube com a comunidade:

14 homens do MC Porto engrandecem Maratona 2008
26-10-2008

Mais um tempo canhão numa prova de celebridades

Grande Maratona e grande colaboração do Moto Clube do Porto! Este domingo de 26 de Outubro de 2008, fresco e de sol radioso, confirmou a Maratona do Porto como a corrida desta distância mais rápida do país. O queniano Samuel Muturi arrancou um tempo de 2h11m08s, sacado a ferros pelo seu manager, o espanhol Miguel Mustaza, que muito berrou desde a partida, de cima de uma das motos deste clube. Foi o segundo melhor tempo da maratona em Portugal, apenas ultrapassado em 2006, neste mesmo circuito.

Os caça-fotos

O MC Porto muito contribuiu para o sucesso da organização ao comparecer à partida com 14 voluntários e respectivas motos, impecavelmente identificados, pontuais e munidos de capacetes suplentes. Foram eles o Vítor Figueiredo, o Luís Silva, o Mariano Sarno, o Nuno Trepa Leite, o Luís Guimarães, o Jorge Monteiro, o Rui Boina, o Valente, o Joel Tiago, o Miguel Soares, o Ilídio, o Carlos Freitas, o Mário 500 e o Ernesto. E como ao fim de cinco anos já nos sentimos como peixe na água, devemos estar a ficar conhecidos no meio talvez como os “emplastros do MC Porto”. É que não deixamos escapar uma figura conhecida, nos minutos que antecedem a partida. Desta vez sacamos bem dispostas fotos de grupo com a Vanessa Fernandes, com o seu pai, o “Velho Lau”, a glória lusitana Carlos Lopes, a entusiasta Aurora Cunha, a olímpica Marisa Barros e, claro, com a “armada” queniana e etíope, em peso nesta prova. Nada mais, nada menos que 18 atletas africanos, 15 deles masculinos.

O Guimarães é peça chave neste capítulo, sempre à coca de uma cara conhecida. Ao Ernesto, de máquina em punho, também não falta lata para pedir fotos de grupo a quem quer que seja e a alegria reina sempre.

Com todos os voluntários devidamente destacados para os mais variados serviços, de acordo com o tipo de moto e de experiência de cada um, chega a hora da partida. Desta vez levamos 4 câmaras, 3 fotógrafos, 2 directores, 1 manager, 1 juiz, 2 cronometrista e 1 responsável pelos abastecimentos.

Os atletas amontoaram-se atrás da faixa de partida, às 9 da matina, na Rua Júlio Diniz, perto do Palácio, e aguardaram o tiro da pistola de Carlos Lopes. E quando, de cima da GS do Luís Silva, o organizador Jorge Teixeira berrou um emocionado “A corrida é tua!” para o director Zé Silva, na CBR do Nuno Leite, finalmente o campeão olímpico disparou para mais de 800 atletas, a maioria estrangeiros, se fazerem à rotunda da Boavista. A mole gigantesca de mais de 8000 corredores – pois atrás seguiam os atletas da “Family Race”, de 14 km, e os descontraídos da Mini-Caminhada – começou a encher as artérias da Boavista, espectáculo quase só apreciado de helicóptero. Com muitas motos na frente do pelotão, os primeiros quilómetros foram estranhos: os quenianos não estavam a andar!

Espero? perguntava o lebre

Contratado para puxar no início da prova, o “lebre” espanhol Pedro Deloro trabalhou que se desunhou. Mas o magote africano não acompanhava o ritmo. O Pedro bem lhes gesticulava, chamando-os com o braço, mas a trupe queniana, com alguns etíopes pelo meio, não se lhe colava. Miguel Mustaza começava a desesperar, sempre de papel e caneta na mão, fazendo contas contínuas no banco traseiro da moto, quilómetro após quilómetro. Quando aos 40 minutos de prova, Deloro termina o seu trabalho, salta a tampa ao manager espanhol. Nunca o vimos assim! Os lebres africanos não estavam a cumprir. Os tempos estavam a ficar uma miséria. António Salvador, o melhor português, conseguia-se manter no grupo, enorme e compacto de 12 africanos. Miguel berrava e ralhava até encontrar a solução após consultar outros responsáveis pela vinda dos atletas à cidade do Porto. Mandou David Langat (homem que já conseguiu 2.08.57 em Paris 2006) para a frente da corrida, ajudado por Thomas Kipkosgei, e o ritmo ganhou logo outra vida. Até se notava no acelerador das motos. A beleza do percurso, da Foz ao Freixo, sempre junto ao rio Douro, com um salto à Afurada, a manhã fabulosa sem vento e de temperatura óptima, tinha todos os ingredientes para um tempo canhão. A organização, impecável, tinha o percurso bem delineado, objectivo e sem margem para dúvidas, com muitas centenas de pessoas a trabalhar. O público ía incentivando os atletas e os nossos voluntários estavam-se a divertir.

Trabalhar o tempo de cima de uma moto

Até que Negari Terfa ataca, pelas bandas de Massarelos, quando faltariam uns 9 km. Samuel Muturi apanha-o, tal como o etíope Heyi Tola. Os três começam a correr para a vitória, sempre incentivados por um Miguel Mustaza que não esteve 20 segundos calado durante toda a corrida. Previa-se um grande tempo. Mas o vento de frente surgiu junto ao mar, na Avenida Brasil. Muturi não se acobarda e lança-se para a vitória, perante o testemunho dos homens do MC Porto e vence com os tais 2.11.08, o 2º melhor de Portugal e um bom registo internacional e prestigiante para esta prova que em 2009 será também o Campeonato Nacional da Maratona. Tola secunda-o no pódio e Terfa fica com o terceiro. Mais informação em www.runporto.com.
As motos do clube começam a chegar à meta – no Parque da Cidade - para o merecido descanso dos seus condutores, pois alguns deles não puseram sequer o pé no chão desde a partida, numa concentração constante de condução cuidada e precisa, entre atletas, pinos, polícias, mesas de reabastecimento e veículos de organização e segurança, sempre com um olho para a frente e outro nos retrovisores. Começam as estórias a serem passadas de uns para os outros. Como a do Boina que, enganado, também enganou a vencedora feminina, a etíope Tirfe Beyene, obrigada a correr mais umas dezenas de metros devido à falha no percurso na rotunda do Castelo do Queijo atrás do nosso motociclista que transportava um cameramen. O Guimarães deixou a Varadero “dormir” um bocadinho lá pelo meio e o Ernesto passou uma tanja tão grande a uma placa de quilometragem que a máquina fotográfica do seu passageiro ía lá ficando de recordação.
Coelhinhas, Susinami e pizzaria

Ainda se conseguiu uma foto de grupo engraçada: andava um grupo de coelhinhas cor-de-rosa francesas a incentivar os maridos. Não as podíamos deixar fugir. Um de nós, muito cavalheiro, até passou uma ao colo por cima das barreiras.

E esperamos pela chegada da Susana Simões, a conseguir o excelente tempo de 3.17.07, ficando em 7º lugar feminino. Recordamos que em 2007, antes de se meter no triatlo e consequente dispersão pela bicicleta e natação, a Susana conseguiu 3.08.38 e o 4º lugar na prova!
E pela primeira vez ao fim de cinco anos, não tivemos de esperar pelo fim da prova para sairmos de fininho para o restaurante. Não ficamos responsáveis pelo transporte dos médicos, que penam junto ao carro vassoura, atrás dos últimos concorrentes, que teimosamente se arrastam a passo até ao fim dos 42 km e cento e tal metros. Ufa!

Fomos até os primeiros a entrar na pizzaria do sócio Zé Paulo Nogueira, no Edifício Transparente, após uma caravana tão disciplinada e tão bem identificada com o clube que até arrancava aplauso por onde passava, nos 3 km de percurso utilizado. Houve um de nós que se lembrou de fazer isto mais vezes, com coreografia...

De resto, foi comer até cair para o lado, sem abusar da pinga. Saímos “sadisfeitos” e divertidos. Obrigado a todos os voluntários, alguns dos quais ainda foram para a Av. 25 de Abril, colaborar no Raid Porto-Marco TT, prova do “nacional” de raides que contou também com o apoio do MC Porto desde 5ª feira.

Jorge Teixeira, quantas motos e a que horas para a S. Silvestre?

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