MC Porto e Parque Biológico uniram-se pelas crianças 19-12-2009
Natal ambiental para menores da CrescerSer
A união entre o Moto Clube do Porto e o Parque Biológico de Gaia proporcionou um dia muito diferente às 23 crianças e jovens da CrescerSer, associação que zela pelos interesses dos menores e famílias, conseguindo que a pequenada tivesse um contacto directo com lontras, gamos e garças, entre outras espécies da nossa fauna selvagem, momentos ambientais culminados com um pequeno baptismo de moto e aparição do Pai Natal.
Tudo isto no ensolarado sábado, 19 de Dezembro, numa iniciativa do motoclube da Cidade Invicta e a que o Parque Biológico de Gaia (PBG) proporcionou todas as condições para a alegria da pequenada e juventude das casas de acolhimento de Cedofeita e do Vale.
Desta forma, foram 23 rostos sorridentes, dos 3 aos 17 anos de idade, que conheceram os meandros deste espectacular espaço ambiental de Vila Nova de Gaia, podendo até entrar nos cercados das espécies já referidas para os alimentar praticamente à boca bem como aos cágados e gansos-patolas e aos domésticos burros, cabras e aves de capoeiro.
Com a manhã passada e o almoço digerido, as motos entraram em acção, com calmas voltas ao parque de estacionamento do PBG. Com um leque muito variado à escolha e onde não faltava a scooter e motorizada, as motos mais turísticas e confortáveis foram as mais requisitadas juntamente com a curiosa Triumph com sidecar.
O dia não podia terminar sem a aparição do Pai Natal, motociclista claro, que, sob carvalhos e azevinhos, distribuiu a toda a garotada presentes relacionados com o Ambiente e Protecção da Natureza.
Espectacular equipa do MC Porto
E agora que já lemos o press enviado pelo gabinete de imprensa para a comunicação social vamos aos pormenores:
Pontualmente, pelas 8.45 da manhã, os 16 voluntários – um grande Bem Haja para este grupo constituído pelo Jorge Monteiro e Fátima Jesus, Hélio Noddy e Cátia, Lino, Henrique Carneiro, Catarina Almeida, Gisela e Tiago, Sérgio Correia e Raquel, Valente e Arminda, Ulisses Nogueira e Ilídio Neto e posteriormente Rui Sousa e Andreia – juntaram-se ao organizador Ernesto, tomaram a cafezada numa pastelaria perto da sede porque a máquina estava desligada, juntaram-se a alinhavar pormenores em 5 minutos e arrancaram numa caravana de algumas motos e... muitos carros e carrinhas.
Era preciso transportar os 23 miúdos e 7 monitores da Casa de Cedofeita e Casa do Vale.
Foi-se primeiro à de Cedofeita de onde saíram 10 minúsculos duendes de gorro de Pai Natal. Com cadeirinhas, lá entraram para a carrinha do Hélio, carro da Catarina e carrinha do Ernesto. De seguida, a caravana atravessou a cidade e foi dar umas voltas a Campanhã até entupir uma rua do bairro de Contumil. Entraram os espigadotes jovens da Casa do Vale, atentos e matreiros, com aquela atitude alegre e sorrateira própria da idade para a carrinha do Ulisses, e carros da Gisela e Fátima Jesus.
E finalmente a comitiva atravessou a Ponte do Freixo e virou para Avintes.
Estacionados no melhor modelo de espaço natural (como referiu a revista internacional Zoo News após visita aos mais de 50 espaços zoológicos de Portugal!), Daniel, técnico do Parque Biológico de Gaia deu as boas-vindas ao grupo de 48 pessoas e, já com os baldes de peixe, pêras e comida de cão, lá foi a malta bem disposta pelo percurso de descoberta da natureza.
Alimentar espécies selvagens
A manhã, apesar de gélida, estava fabulosa e de sol radioso!
As lontras foram as primeiras a receber o almoço. 4 meninos deram-lhes várias cavalas, seguradas pela cabeça. É que estes mustelídeos gostam de agarrar o peixe pelo rabo.
A lontra é um bom bio-indicador dos nossos rios. Se este não estiver poluído tem lontra de certeza.
Nos nossos passeios mototurísticos já vimos várias vezes os seus vestígios.
Depois da festa no cercado destes simpáticos mamíferos dos rios seguiu-se para as tartarugas. Primeiro as exóticas, que não podem ser libertadas na natureza, e depois as nossas: os cágados. Bom, como estes amigos de carapaça pouco se mexem, a emoção aqui foi pouca.
Mas o Daniel aproveitou para contar coisas interessantes sobre estes reptéis que vemos com frequência nas ribeiras alentejanas e algarvias.
Passamos então ao cercado das garças-reais e gansos-patolas. Mais de 40 pessoas a espreitar no observatório, sem o silêncio devido, fez com que estas aves de alto mar, também conhecidas por alcatrazes, não fizessem os mergulhos espectaculares no lago para onde as crianças atiraram as cavalas.
Passamos novamente à frente.
Mas centenas de metros de carvalhal depois, para lá do texugo, corço, toirões, pegas e gaios, chegamos a nova festa: o cercado dos gamos. Inicialmente entrou um grupo de jovens da Casa do Vale e com os ungulados a virem comer as pêras quase à mão dos satisfeitos rapazes tudo correu na perfeição.
Mas correr atrás dos gamos como fizeram outros miúdos que entraram a seguir fez entornar o caldo.
Com o território invadido, a manada desatou a fugir. O Daniel e o Ernesto bem chamavam mas não fácil tirar a “manada” de humanos de lá de dentro. Ufa, saíram todos e os “bambis” puderam respirar fundo.
Burricada
A manhã desenrolava-se ao ritmo do solstício de Inverno, quase a chegar, e ainda havia muita bicharada com fome.
Atalhou-se mais um bocadinho e pouco depois a comitiva aterrava na quinta. Havia perús, garnizés, várias espécies de galinhas e gansos para alimentar. Pequenitos e menos pequenitos entraram nos capoeiros e deixaram quilos de cereais e grão para engordar as aves.
Depois veio o ex-líbris. As cabras-anãs.
Foi uma desbunda. Todos lhes chegaram, fizeram festas e a diversão foi mais que muita. As crianças da Casa de Cedofeita entraram e ficaram rodeadas destes pequenos e dóceis caprinos. Muito giro.
Faltava o burro.
Dócil, deixou-se afagar e gostou da homenagem que lhe fizeram.
Mas quando se viu rodeado de cada vez mais crianças excitadas aos berros não aguentou a pressão – acontece até aos campeões – e desatou a fugir atropelando quem lhe aparecia na frente.
Foi o rebuliço do dia! Crianças 0 – Burro 1
A pequenada, atónita e sem saber o que lhe tinha passado por cima, saiu do cercado com mais uma lição. Não se pode abusar dos animais. Se queremos que sejam nossos amigos também temos de ser amigos deles.
Baptismo de cara pintada
E com a barriga a dar horas, voltou-se a atalhar pelo caminho mais perto para o restaurante do PBG.
Não vimos os javalis, raposas, bisontes, grifos, caimões, várias espécies de águias e excelentes espaços naturais do vale do Febros. Mas o Parque Biológico não foge.
Organizados, saltamos para a mesa e a comidinha estava boa.
As voluntárias do MC Porto foram espectaculares na ajuda às monitoras das crianças mais pequenas levando tabuleiros e comida à mesa.
Já durante a manhã foram como mães a acompanhar os pequenitos.
De sobremesa, motos pois, que a ganapada não pensava noutra coisa.
Havia alguns que julgavam que íam conduzir...
Habituados a isto, os motociclistas geriram bem as voltinhas. A criançada pequena ficou satisfeita num instante. A Cátia abrilhantou o momento pintando a cara a todos eles. Os adolescentes quiseram experimentar as motos todas! Todas! A custom da Fátima (conduzida pelo Jorge), a Vespa do Tiago, a DT do Ulisses, a Pan do Scotch, o side do Lino (fez furor novamente), a GS do Sérgio ou a fantástica e reluzente harley com que apareceu o Rui Boina mesmo na hora H.
Só a TZR a dois tempos do Valente – que por birra da VFR foi obrigado a baixar de “estatuto” – ficou posta de lado antes que intoxicasse crianças e adultos.
Viva o Natal
E foram voltas e voltas e mais voltinhas ao parque de estacionamento do PBG.
Estava na hora do pai Natal.
Mudou-se de cenário e poucos minutos depois estavamos no parque de merendas, com escorregas, baloiços e “ginásio de musculação”.
E da Lapónia, de capacete NEXX, aparece quem? O Pai Natal!
A criançada correu para ele e rodeou-o aos pinchos.
Com jeito para isto, o Pai Natal – estranhamente parecido com o Hélio Noddy Litos - explicou que veio de moto e fez com que a ganapada reproduzisse o som do motor. Com o ambiente acelerado começou a distribuição de presentes para todos e bem personalizados.
Ninguém ficou de mãos a a abanar. Brinquedos com animais para os pequeninos, binóculos para os do meio e livros para os crescidos. A biblioteca da Casa do Vale saiu enriquecida. E tudo sobre a Natureza.
Chegou a hora do adeus e, satisfeitos, regressamos às carrinhas. Despedimo-nos do Parque e rumamos à confusão da cidade.
Uns ficaram na Casa do Vale, outros em Cedofeita.
Foi um prazer e desejamos as maiores felicidades a esta geração!
Agora vamos até Paredes de Coura, já neste domingo gélido de 20 de Dezembro.
É o Passeio de Natal 2009.
Notícias de seguida.
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