domingo, 30 de agosto de 2009

QUEIROZ A VIAJAR 22 MESES SOZINHO. É OBRA!!!

Queirós chegou rijo e sorridente
28-08-2009

23 meses, 700 dias e 80.000 km depois, o sócio 132 foi recebido no MC Porto
”Ir!” Mais simples não podia ser a resposta do António Queirós quando questionado pelos amigos do MC Porto quando estes lhe perguntaram expectantes do que tinha gostado mais nas Américas, de extremo a extremo. Igual a si próprio, discreto, introvertido mas de grande sorriso e fisicamente mais seco e fibroso, o Queirós chegou esta manhã de 6ª feira, 28 de Agosto de 2009, à sede do MC Porto, vindo directamente da mais longa viagem que algum sócio deste clube já realizou em moto. E só e autónomo. Foram quase 700 dias e 23 meses solitários.



Merecidamente, tinha um bom leque de amigos do clube e familiares à espera, apesar da hora proibitiva que impediu que a maioria, por deveres profissionais, pudesse engrossar.




Os aviões fizeram das suas e foram obrigando o MC Porto a actualizar constantemente as notícias com o horário da recepção. Das 7 passou para as 8h, daí para mais uma meia hora e finalmente - já só de boca - para bem mais tarde pois o avião chegado de Montreal (no Canadá e não a base junto da Marinha Grande) só aterrou em Lisboa às 6 da manhã. E logo em dia de greve que fez com que o Rui Baltazar dormisse um cochilo até às 7.25h, hora em que finalmente o nosso mototurista saiu à via pública. Daí, acreditamos que o elemento da Comissão de Mototurismo da FMP tenha dado por bem empregue a boleia que deu ao Queirós até à Invicta. As estórias da grande travessia em primeira mão despertam o sono a qualquer um.




Mas entretanto, na sede do MC Porto, a maioria era apanhada de surpresa por este atraso. Foram cerca de 10 os sócios que tristes tiveram de sair para os empregos sem dar o abraço ao amigo “americano”. Paulo Oliveira, Fátima Silva, Carlos Almeida, Elias Pereira, António Caldeira, J. Cacho e vários outros não podiam esticar mais o relógio. Quem pôde até passou bem o tempo, em conversas animadas e a recordar o muito que o Queirós ofereceu no seu blogue sob a forma de narrativas e fotos.




”Chegou! Vem mais magro!”

E pelas 10.15h chegou o homem de quem se fala. Em t-shirt e com pouca bagagem, uma pele curtida pelos imensos milhares de horas a rolar, os olhos muito vivos e um grande sorriso confirmavam: tínhamos o Queirós de volta! Vieram os abraços e cumprimentos ao mototurista que, no seu jeito tímido, não se sentia muito bem como centro das atenções. O MC Porto convidou-o então a tirar a bandeira de cima da oferta que lhe estava reservada: um grande painel de um metro com o desenho caricaturado da viagem, já com as datas de início e fim, bem como duas t-shirts com a mesma imagem, tendo uma das peças de roupa as assinaturas de todos os que puderam viver esta manhã especial. O nosso amigo vestiu-a logo! E ainda havia outra surpresa: uma Transalp devidamente decorada para que o Queirós pudesse chegar como deve ser à sua casa na Trofa.


Sôfregos por novidades na primeira pessoa, os compinchas do MC Porto não conseguiram arrancar nada de especial a um Queirós dominado pelo jet-lag e que pouco confirmou para além de que tinha percorrido mais de 80.000 km (!!) sem avarias e que quando os americanos lhe perguntavam porque estava a fazer uma viagem destas e sózinho, o nosso trofense respondia simplesmente com um encolher de ombros “porque me apeteceu e pude”. Simples, não?


TV à espera na Trofa


Estava na hora de rumar à Trofa. Com o casaco, capacete e luvas do nosso director executivo e em Transalp emprestada, o Queirós encabeçou uma pequena caravana de amigos que tiveram o prazer de o escoltar até à sua casa. E ainda bem que arranjamos a moto. É que a Trofa TV aguardava-o no jardim, juntamente com a mãe, irmãos, cunhados e sobrinhos. A família Queirós é enorme, divertida e hospitaleira. Os motociclistas do MC Porto sentiram-se em casa, estacionando as motos no quintal e testemunhando os abraços familiares a um António Queirós de novo sem jeito. A televisão local pediu então uma entrevista onde finalmente o nosso sócio 132 se começou a soltar e a contar algo. O que mais gostou? As paisagens da Patagónia com as montanhas cheias de neve. Também o Pantanal brasileiro e a Bolívia. A Bolívia dos lagos salgados e das travessias a 5.050 metros de altitude. As imensidões salgadas parece que ficaram mesmo na retina. E também as distâncias enormes que tinha de percorrer no Canadá e Alasca. Uma curta ida daqui ali é como ir do Porto a Moscovo. Os vizinhos moram a 100 km uns dos outros. No Equador chegou a procurar uma estrutura de madeira para encaixotar a “Transandes” e regressar, aquando da lesão no ombro. Mas como não conseguiu e os amigos lhe deram ânimo através do blogue, o nosso solitário continuou viagem. Ufa.


”Não fiz nada de especial...”


As travessias de barco na América Central, uma ao leme de um velho veleiro, outra periclitante com a moto numa canoa entre a Guatemala e México também ficaram bem registadas. Os muitos milhares de horas aos comandos da Transalp ofereceram-lhe uma tendinite na mão direita e sente-se agora muito melhor condutor em troços de terra batida. Ao ponto de rolar nos estradões do Alasca com uma perna às costas, ligações essas que são verdadeiros quebra-cabeças para os congéneres dos EUA. O nosso mototurista confessou ainda que deixou a moto no Canadá para em Junho prosseguir a aventura com os donos da casa onde dorme a Transalp, rumo à Russia. A ideia é ligar Vladivostoque à Europa e daí à Trofa será um “pulinho”. E se se sente realizado? Não. Talvez quando tiver dado a Volta ao Mundo.


Tudo isto foi narrado à Trofa TV com muitos encolheres de ombros e simplicidade, confirmando-se que o Queirós é das pessoas mais modestas que conhecemos. Acha que o que acabou de fazer é banal e ao alcance de qualquer um. Será mesmo? Ninguém acha. Talvez por isso, o Pedro Soares Lopes também teve um pouco de direito de antena elogiando e enaltecendo o feito. Também a mãe do mototurista disse da sua justiça perante a câmara, salientando a perspectiva e receios de uma progenitora. Findas as entrevistas, finalmente chegou a tertúlia familiar, os petiscos e bebidas numa manhã quente e com o apetite do almoço a apertar.


Vamos precisar de uma semana inteira para ouvir as estórias


A todos os presentes o nosso Obrigado, bem como ao Braga e João Pedro Pereira pelo empréstimo da Transalp e ao Rui Baltazar pelo apoio. Agora vamos aguardar pelas narrativas do aventureiro nos serões invernais do MC Porto. E para quem vão os Parabéns? Para o António Queirós! Ah, homem do caraças!







































video de www.trofa.tv

Posted by Nestov

2 comentários:

Anónimo disse...

o video pode ser visto em www.trofa.tv e o embed copiado para ser colocado neste blog...

Abraço..
Hermano martins
Trofatv

AM disse...

Obrigado!!

Abraços
Matos