31-08-2009
Rafting foi salvação para um dia de calor no Minho
Um grupo valente de sócios e amigos do MC Porto meteu mãos aos remos e desceu o Minho Internacional em botes de borracha em refrescante iniciativa a que se dá o nome de rafting neste domingo 30 de Agosto.
Aqui fica o relato dos remadores de como decorreu a descida num dia de calor tramado, e as fotos (obrigado Valente e Arminda) deste dia que começou cedo. Partida madrugadora da sede do MC Porto, chegada pouco depois das nove a Melgaço, equipar, subir a margem do rio em camioneta, levar os botes para a água, chapinar num Minho manso (previsível num domingo de Agosto) e puxar da adrenalina em mergulhos de altos penedos. O dia continuou com piquenique e visita às maravilhas do Vinho Alvarinho.
Valente dá o mote e todos saltam para o bote
Já com tudo em ordem, a caravana abandonou as duas rodas e embarcou no autocarro que nos levaria para o local da partida onde nos esperavam os “Rafts” e os respectivos monitores. Após explicação detalhada dos procedimentos, as equipas deitaram mãos à obra e carregaram as embarcações até à água. A primeira parte desta descida do Minho foi feita em águas calmas e os monitores aproveitaram a oportunidade para corrigir os movimentos dos remos enquanto davam uma lição de história sobre a utilização deste rio, em tempos idos, para a prática do contrabando com Espanha e mais importante que isso uma explicação detalhada sobre as milenares pesqueiras (várias centenas) que ladeiam o rio e que são utilizadas para a pesca da famosa Lampreia. Estas pequenas construções de pedra antiga, representam um valioso património geracional e paisagístico, com uma acentuada componente económica que ainda vigora nos dias de hoje enquanto fonte de rendimento de muitas famílias que se dedicam a esta técnica de pesca artesanal no rio. Estas paredes construídas perpendicularmente à corrente do rio (para forçarem o peixe a entrar em corredores onde são armadas as redes) são as grandes responsáveis pelos inúmeros rápidos ao longo do curso e que proporcionam a prática do Rafting que atinge numa escala de dificuldade de 1 a 6 o valor de 2 a 2,5. Dito assim até parece pouco mas nada como experimentar para sentir os níveis de adrenalina a subirem bem mais do que esta escala…
Tal como se esperava, o mês de Agosto não é o mais indicado para a prática desta modalidade mas mesmo assim o eventual nível 1 dos rápidos foi mais do que suficiente para por alguns dos participantes a rastejar pelo fundo do barco e arrancar os típicos gritos femininos das participantes. E houve tempo para tudo desde escaramuças entre rafts, viragem dos mesmos, mergulhos para a água, aprendizagem da técnica de subir novamente para dentro da embarcação, etc. etc.
A adrenalina veio de cima
Um dos pontos altos desta passeata acabou por beneficiar do pouco caudal do rio que colocou o penhasco onde habitualmente se efectuam saltos para a água a uns bons 7 metros de altura…. Com pouquíssimas desistências foi dos 11 aos 50 anos a faixa etária dos corajosos que experimentaram elevados níveis de adrenalina ao efectuarem o salto “suicida”. E mais, o pequeno Rui Zagallo com apenas 11 anos não satisfeito com a primeira experiência voltou a trepar ao penhasco e foi o único a dobrar a “aposta”. Coragem não lhe falta!
Com tanta brincadeira e com os estômagos a dar horas o passeio terminou por volta das 13:30, em terras espanholas, onde nos aguardava o autocarro e uma "sandocha" de chourição com respectiva bebida oferta da organização. Está de parabéns a Associação Melgaço Radical que proporciona com elevado profissionalismo e grande simpatia este tipo de eventos na região de Melgaço.
Chegados ao centro de estágio onde nos aguardava o Afonsov e a Zita que vieram propositadamente para “picnicar” com os aventureiros, foi com algum alívio que os neoprenes foram substituídos pelo banho quente e roupas mais frescas. É que dentro do autocarro mesmo com ar condicionado a temperatura exterior de trinta e tal graus não deu tréguas durante a pequena viagem de regresso a terras lusas.
Após o piquenique comunitário em que toda agente aproveitou para provar iguarias alheias, ainda pela mão da Associação Melgaço Radical, efectuou-se uma visita ao Solar do Alvarinho onde podemos ficar a saber mais sobre esta casta especifica do micro clima da região (além da prova). De produção ainda quase artesanal o vinho Alvarinho é um dos mais famosos a nível mundial cujas características mono-casta possibilitam que seja sempre identificado como tal nas chamadas “provas cegas” (prova em que o participante não sabe o que está a provar e tem de identificar a proveniência do vinho unicamente pelas suas características). Já com a tarde a cair alguns dos participantes, no regresso a casa, ainda pararam em Fão para um lanche tardio de despedidas à base da especialidade da região, as Clarinhas de Fão.
Um agradecimento especial ao Valente pela iniciativa e à Melgaço Radical que tão bem nos soube receber e de onde trouxemos uma lembrança que ficará exposta na nossa sede.
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